ISCTE Executive Education: Formação executiva focada no impacto real dos profissionais

Em 2025, a procura por formação executiva reflecte a aposta em temas como sustentabilidade, inteligência artificial, saúde e mobilidade.

Executive Digest
Outubro 23, 2025
10:40

Em 2025, a procura por formação executiva reflecte a aposta em temas como sustentabilidade, inteligência artificial, saúde e mobilidade.

O ensino executivo vive um momento de transformação acelerada, em que a procura por programas de formação já não se explica apenas pela valorização académica, mas sobretudo pelo impacto directo no desempenho profissional. No Iscte Executive Education, a aposta tem sido em formatos práticos, aplicáveis e adaptados aos desafios reais das organizações, num conceito a que chamam “Real-Life Learning”. Em 2025, a preferência dos profissionais tem recaído sobre áreas que reflectem tendências globais e necessidades imediatas das empresas, como a gestão, a sustentabilidade, a inteligência artificial, a saúde e a mobilidade. O reconhecimento internacional, com a entrada no top 50 mundial do Financial Times Executive Education, reforça esta estratégia e consolida o posicionamento da instituição como um dos principais polos de formação executiva na Europa. Em entrevista à Executive Digest, José Crespo de Carvalho, Professor Catedrático de Gestão e Presidente da Comissão Executiva do Iscte Executive Education, partilha a visão, os desafios e as apostas para o futuro da formação de líderes.

Este ano, quais são os programas de formação executiva que têm tido maior procura por parte dos profissionais e a que factores atribuem essa preferência?

Os programas com maior procura em 2025 incluem o Executive MBA, as pós-graduações em ESG, Inteligência Artificial para Gestão, Mercados Financeiros, Finanças e Controlo Empresariais, Gestão para não Gestores e todos os programas da área da Saúde, Gestão da Saúde. Estas preferências/orientações resultam da conjugação entre a actualidade dos conteúdos, a função utilidade para os participantes e a resposta a problemas reais, a que chamamos Real-Life Learning. Os participantes procuram hoje mais do que diplomas: querem transformação, aplicabilidade e impacto imediato e efectivo no trabalho, com instrumentos concretos e acesso a redes relevantes. Isso faz toda a diferença.

Acreditam que o “Real-Life Learning” continua a fazer a diferença e a criar impacto na produtividade dos profissionais de MBA?

Claramente que sim. “Real-Life Learning” não é um chavão, é um modo de estar. Os nossos participantes são expostos a desafios reais desde o primeiro dia. Trabalham com empresas, analisam live cases, têm momentos imersivos, apresentam projectos a boards e são obrigados a sair da zona de conforto. É esse tipo de fricção inteligente que estimula o crescimento e reforça a produtividade. O conhecimento, só por si, é útil. Mas é tanto mais útil quanto mais clara for a função utilidade, i.e., for aplicável e tiver impacto. É isso que procuramos sistematicamente garantir.

Qual tem sido a influência da Inteligência Artificial na experiência dos profissionais nos programas de formação executiva?

A Inteligência Artificial entrou de forma transversal. Está presente nos conteúdos e nas ferramentas pedagógicas. Integramos casos práticos de uso de IA em gestão, finanças, operações e até liderança. Há, igualmente, uma preocupação com a literacia digital e com a ética na utilização da IA. Os nossos profissionais são hoje formados para saber avaliar, decidir e liderar com base em dados, mas com pensamento crítico, algo que a IA, por si só, não substitui.

De que forma a integração de workshops e talks nos programas executivos contribui para uma aprendizagem mais personalizada, alinhada com os desafios, sectores e perfis específicos de cada participante?

Os workshops, as flash talks e todos os eventos que organizamos são momentos de aprendizagem directa ou indirecta com quem está no terreno. São curtos, impactantes e orientados para a prática. Permitem uma abordagem por sector ou por desafio, muitas vezes com customização cirúrgica, quer em sala, quer online, quer em dinâmicas várias. É aqui que o conteúdo se transforma em contexto, e isso é fundamental para que cada participante sinta que está a aprender algo imediatamente útil e adaptado à sua realidade.

Em que medida a dimensão internacional do Executive MBA, incluindo a experiência modular na London Business School, reforça a preparação dos participantes para liderar em ambientes multiculturais, competitivos e relevantes?

Um dos grandes activos do Executive MBA é a sua dimensão internacional. Espanha e Reino Unido. O módulo intensivo na London Business School é mais do que uma experiência académica – é uma imersão cultural e empresarial em contexto global. Os participantes desenvolvem uma consciência multicultural, ampliam a sua rede global e aprendem a liderar em ambientes voláteis, incertos e diversos. Isso é hoje uma competência indispensável para quem quer aceder a boards. E, no fundo, é a mimetização das acções e decisões de um board que se simula na London Business School.

As certificações e acreditações internacionais desempenham um papel fundamental no ensino executivo. De que forma contribuem para renovar a confiança dos participantes e das empresas nos programas?

Acreditações como AMBA, AACSB ou os rankings do Financial Times são provas externas de qualidade. São também sinais de confiança para os participantes e para as empresas que neles investem. Saber que um programa está entre os melhores do mundo – e certificado por entidades independentes – dá segurança e distingue no mercado. No Iscte Executive Education, este aspecto é absolutamente estratégico. Estar no Top 50 do mundo em Financial Times e Top 40 na Europa ou termos o EMBA no Top 100 do mundo revela resultados e mais que isso: estamos a falar de 13 000 escolas de gestão no mundo e cerca de 4000 na Europa. Estar nas 50 primeiras parece-nos francamente interessante. E a responsabilidade é também maior.

Que importância tem a distinção do Financial Times Executive Education 2025, que coloca o Iscte Executive Education no top 50 mundial, para o seu posicionamento no panorama internacional da formação para empresas?

Estar entre os melhores do mundo é uma honra e uma responsabilidade, como referi. A distinção do Financial Times valida anos de trabalho intenso, inovação constante e foco no impacto real. Coloca-nos na primeira liga da formação executiva internacional e obriga-nos a continuar a inovar. Mais do que um prémio é um compromisso: com os participantes, com as empresas e com o País.

Como é que a Pós-Graduação em Gestão e Empreendedorismo 50+ do Iscte Executive Education responde às necessidades dos profissionais com mais de 50 anos, e de que modo apoia o desenvolvimento das suas carreiras e projectos?

Os profissionais com mais de 50 anos trazem experiência, resiliência e maturidade. O programa 50+ foi criado a pensar neles – nos que querem reinventar-se, empreender ou reorientar a carreira. Trabalha competências de gestão, inovação e liderança com base num modelo muito prático, com mentoria, networking e conteúdos pensados para esse público. A idade não é um limite. É um capital a activar. E atenção que no final, no diploma, não se fala em 50+. Apenas em Gestão e Empreendedorismo. Isto porque os 50+ estão lá para que os participantes identifiquem quem são os destinatários.

Quais foram as motivações que estiveram na origem da criação da Pós-Graduação em Mobilidade 360º e como tem sido recebida pelos profissionais da área?

A mobilidade está a mudar o mundo: carros eléctricos, cidades inteligentes, redes de transportes integrados, sustentabilidade. A pós-graduação Mobilidade 360º surgiu da necessidade de formar profissionais para esta nova realidade, onde se cruzam tecnologia, urbanismo, ecologia e estratégia. A recepção tem sido muito positiva – empresas, autarquias e profissionais individuais têm aderido com entusiasmo.

Como é que o Iscte Executive Education procura alinhar a sua oferta formativa com os desafios sociais e ambientais que desafiam as lideranças organizacionais?

Trabalhamos sustentabilidade, impacto social e ética não como módulos isolados, mas como linhas estruturantes dos programas. Desde o Executive MBA às pós-graduações, o ESG está presente – e não apenas como tendência. As organizações de hoje precisam de líderes conscientes, responsáveis e capazes de integrar valor económico e valor social. É nisso que apostamos e em que acreditamos.

Que estratégias orientam o Iscte Executive Education na criação de novos programas e no reforço da oferta formativa para os próximos anos?

Escutamos o mercado. Ouvimos os nossos Conselho Consultivo e Conselho Estratégico. Fazemos benchmark permanente. Analisamos tendências. Ouvimos empresas, alumni, professores e parceiros. Procuramos sempre antecipar necessidades e inovar. Apostamos cada vez mais em formatos blended, em aprendizagem activa e em experiências transformadoras. Novos programas surgem a partir de desafios concretos – não são académicos por gosto, são executivos por vocação.

Quais as principais áreas de investimento do Iscte Executive Education em 2026, para continuar a garantir a qualidade e inovação na formação executiva?

Vamos continuar a investir em três eixos: ampliar catálogo, internacionalizar e trabalhar corporate em Portugal como no mercado internacional, customizando. De resto, são os três pilares estratégicos desde que entrámos nesta comissão executiva. E, para isso, trabalhamos pessoas e com pessoas, tecnologia e parcerias. Fortalecemos o nosso corpo docente e procuramos trazer ainda mais líderes de mercado para o nosso ecossistema. Melhorar as plataformas digitais, com recursos de IA e personalização. E expandir parcerias nacionais e internacionais. A ambição é clara: continuar no topo e fazer cada vez mais e melhor. Sim, leu bem, continuar a fazer mais e melhor.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “MBA, Pós-graduações & Formação de executivos”, publicado na edição de Setembro (n.º 234) da Executive Digest.

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